Resenha
O que a China pensa?
Autor: Mark Leonard
Editora: Larousse do Brasil
Páginas: 172
Sinopse:
Este livro apresenta os pensadores chineses que dão forma ao futuro da China. Remete ao leitor o mundo escondido em um debate intelectual que pode mudar a nova ordem mundial, através do gigante chinês.
OPINIÃO DELE:
Diferentemente do que meu irmão pensou ao ver seu título,
não se trata de um livro inteiro para falar sobre “pastel de flango”.
Todo mundo que pensa o futuro do mundo vê a China em uma
posição de destaque no sistema internacional. A maior economia do mundo,
mercado interno de dimensões incomparáveis, capacidade de produção para abastecer
o mercado mundial. Mas ninguém do nosso lado do mundo reflete sobre como a
própria China se enxerga nesse processo. Qual papel ela quer desempenhar? Quais
teorias serão adotadas para guiar seu crescimento, seus investimentos, sua
geopolítica? Pois mais importante que um debate ocidental sobre o futuro da
China é o debate interno de ideias que a guiará para seu posicionamento futuro.
E são essas questões que o livro pretende responder.
Sabemos da preponderância ocidental na formulação de teorias
de economia, relações internacionais, geopolítica etc. Assim, essas teorias
tendem a representar a visão e o interesse dos seus formuladores. Muito desse
cenário se deve ao poderio econômico das potências ocidentais através dos
últimos séculos, refletindo em uma supremacia acadêmica também. Mas os avanços
da China têm mudado essa realidade gradativamente. Economia aquecidíssima, uma
população que representa mais de 20% da população mundial concorrem para a
formulação de teorias mais adequadas aos valores, desejos e visões chineses.
Devido ao seu recurso populacional, a China possui mais acadêmicos que toda a
Europa junta! Seu número de pesquisadores de relações internacionais supera em
muitas vezes os americanos, principal formulador das teorias e com maior número
de acadêmicos no ocidente. E isso reflete na formulação das mais variadas
teorias acerca do futuro chinês, da sua estrutura político-econômica, do seu
partido único...
O debate interno é bastante acalorado, sujeito a diversos
interesses particulares, desde a manutenção da estrutura atual com partido único
e regulamentação do mercado até sua total abertura ao livre comércio. “O que a
China pensa?” possui certas limitações, por ser escrito por um ocidental
tentando retratar as visões chinesas, mas a convivência do autor com os
acadêmicos chineses e suas ideias nos transmite um retrato fiel o suficiente
para nos informar sobre como um gigante do cenário internacional pretende
moldar sua trajetória político-econômica e suas ações futuras.
Gostei muito da leitura, apesar de não conseguir guardar o
nome de nenhum dos personagens e sempre ter que voltar para saber se o referido
era um super liberal ou um intervencionista rs.
NOTA DELE: